Com uma das
mais belas expressões da cultura brasileira, a cachaça, é feito um dos
cocktails mais consumidos no Brasil e no mundo. Segundo historiadores, a
caipirinha teria tido origem na cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo,
e estaria completando 100 anos em 2018.
Imagem: Pixabay / free
De remédio
a cocktail
Histórias indicam que a caipirinha, como é conhecida, teria sido
criada a partir de uma receita popular feita com limão, alho e mel e seria
indicada para os doentes da gripe espanhola. Como era bastante comum colocar um
pouquinho de álcool em todo remédio caseiro, a fim de acelerar o efeito
terapêutico, a cachaça era sempre usada até que, um dia, alguém resolveu tirar
o alho e o mel. Depois, acrescentaram umas colheres de açúcar para adoçar a
bebida. O gelo veio em seguida.
Já segundo
outros historiadores, a caipirinha foi criada por fazendeiros latifundiários na
região de Piracicaba como um drinque local para festas e eventos de alto
padrão, sendo um reflexo da forte cultura canavieira na região. A caipirinha,
em seus primeiros dias, era vista como um substituto local de boa qualidade ao
uísque e ao vinho importados, sendo a bebida servida frequentemente em
coquetéis da alta classe de fazendeiros, vendas de gado e eventos de grande
notoriedade.
Com grande
popularidade, inúmeras variações dessa bebida são conhecidas. Em algumas
regiões, açúcar mascavo é usado ao invés do refinado. Mesmo no Brasil, podem
ser encontradas variantes com adoçantes artificiais ou com uma grande variedade
de frutas. A caipirinha pode ser produzida de diversas maneiras com os mais
variáveis ingredientes, sem ser retirado o limão de sua receita original. No
entanto, a adição de outros ingredientes na receita é um tema bastante
polêmico.
“Os
bartenders usam a criatividade como forma de personalização do drinque. No
entanto, com outras frutas que não limão, o coquetel não poderia ser chamado de
caipirinha, teoricamente”, explica Alexandre Bertin, presidente da Confraria
Paulista da Cachaça.
Outros
destilados, como vodca e saquê, também já foram utilizados para preparar novas
versões da bebida. Nesses casos, o cocktail não pode ser chamado, em hipótese
nenhuma, de caipirinha. Para proteger a autenticidade do drink nacional,
considerado um patrimônio brasileiro, o decreto de lei número 4.851 foi
assinado em 2003 pelo Governo para garantir a propriedade intelectual sobre as
marcas Caipirinha e Cachaça na legislação internacional.
Segundo
Bertin, a receita tradicional é diretamente preparada no copo, no qual o limão
deve ser levemente macerado com o açúcar, posteriormente acrescentar o gelo e,
na sequência, a dose de Cachaça. Deve-se mexer levemente para misturar os
sabores. O cocktail trará a acidez do limão, o doce do açúcar e o alcoólico da
Cachaça. Uma combinação perfeita e histórica.
Curiosidade:
A Caipirinha de Tarsila do Amaral
Segundo a
biografia da renomada artista brasileira Tarsila do Amaral, ela era apreciadora
da cachaça e da caipirinha. “Quando Tarsila do Amaral morou em Paris, em meados
de 1920, ela recebia cachaças enviadas do Brasil, com as quais ela preparava as
caipirinhas. Tarsila apresentou a bebida mais brasileira de todas e o cocktail
a Pablo Picasso”, conta Mestre Derivan, uma das maiores referências em Cachaça
do Brasil.
Compartilhe a matéria nas redes sociais:
Compartilhe a matéria nas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário