As diferenças entre a ação e os benefícios do açúcar e do
adoçante são frequentemente discutidas e nem sempre há um consenso. Muitas
vezes, as pessoas acabam utilizando apenas uma opção por acreditarem ser a mais
saudável. Mas afinal, o que difere um do outro? Será que realmente existe uma
opção melhor que a outra ou tudo depende do estilo de vida e estado de saúde de
cada indivíduo?
Foto: Reprodução
A nutricionista
Marcia Daskal, da Recomendo Assessoria em Nutrição, explica que o açúcar e o
adoçante são substâncias diferentes, mas usadas com a mesma finalidade: adoçar.
A sacarose, o “açúcar de mesa”, é um carboidrato simples, composto por glicose
e frutose, natural da cana-de-açúcar ou de outros vegetais (como a beterraba),
sendo responsável pelo fornecimento de energia. Já os adoçantes ou edulcorantes
são substâncias não calóricas variadas com poder de dulçor muito superior ao
açúcar e que, por isso, podem ser usados em pequenas quantidades.
Apesar dos adoçantes ainda serem vistos por muitas pessoas
como uma opção mais saudável, isso não é comprovado. A ausência de açúcar não torna a alimentação
mais saudável, pois o que importa é a forma e a quantidade com que o
ingrediente é consumido e de que maneira isso se encaixa no estilo de vida de cada
pessoa.
Os edulcorantes são comumente utilizados na substituição da
sacarose com o objetivo de reduzir o valor calórico dos alimentos e bebidas.
Porém, essa substituição não necessariamente garante uma redução de calorias,
já que alguns produtos têm uma maior quantidade de gordura na formulação.
Resultado: algumas pessoas acabam aumentando o consumo dos alimentos light e
podem comer até mesmo mais calorias. Nos casos de obesidade, ambos podem ser
utilizados, pois o importante é a alimentação como um todo.
“Se o indivíduo, além da obesidade, tem diabetes por
exemplo, pode ser estratégia do nutricionista ou médico que o acompanha optar
pelo adoçante na maioria das vezes”, destaca Marcia Daskal. O Ministério da
Saúde indica o uso de adoçantes como parte do tratamento do diabetes, já que
não requerem insulina para sua absorção. Porém, isso não quer dizer que alguns
diabéticos não possam consumir açúcar, desde que com acompanhamento de
nutricionista e médico, a critério do profissional de saúde.
A relação do uso do açúcar e do adoçante para quem pratica
atividades físicas também gera muitas dúvidas. De acordo com a pesquisa
“Consumo equilibrado: uma nova percepção sobre o açúcar”, realizada pelo
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia no âmbito da Campanha Doce Equilíbrio,
73% da população que consome açúcar e pratica atividade física está com o peso
adequado, o que reforça o conceito errôneo de “vilanizar” ingredientes, além de
comprovar a possibilidade do uso de açúcar dentro de um estilo de vida saudável.
De qualquer forma, para quem se exercita regularmente, o
consumo de açúcar ou adoçante também depende do contexto. Marcio Mancini,
endocrinologista responsável pelo Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do
Hospital das Clínicas da USP, afirma que “para o atleta, o uso de açúcar e
glicose pode ser necessário, dependendo do tipo, duração e intensidade da
atividade física”.
O preparador físico Marcio Atalla salienta: “O ideal é
ingerir um carboidrato simples no pré-treino, pois vai dar energia para fazer
os exercícios propostos. Sendo assim, uma fruta ou um pão com geleia são boas
opções. Para depois da atividade, recomenda-se ingerir um carboidrato e uma
proteína, a última ajudará na construção dos músculos. Não há uma regra certa,
mas é essencial se alimentar antes e depois do treino”.
Num modo geral, o estilo de vida não é definido por um ou
alguns ingredientes consumidos isoladamente e sim por um conjunto de fatores. A
combinação de uma alimentação equilibrada e atividades físicas é sempre a base
para viver de forma saudável e evitar doenças. Além disso, é imprescindível o
acompanhamento e orientação de especialistas, além da avaliação de cada caso.
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