27.9.17

Pesquisas atestam, a tecnologia que evolui dia a dia comprova, e tudo conspira para um futuro ainda mais promissor. O secular “casamento” e...

Vinho e cortiça, felizes para sempre

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Pesquisas atestam, a tecnologia que evolui dia a dia comprova, e tudo conspira para um futuro ainda mais promissor. O secular “casamento” entre o vinho e a rolha de cortiça, que já dura quase trezentos anos, tem tudo para continuar naquele clima de “felizes para sempre”. Isto quem diz é o especialista em vinhos e embaixador da cortiça no Brasil, o renomado professor Carlos Cabral. 

                  Dom Pérignon (Foto: APCOR)

 Embora a cortiça já fosse usada como um vedante natural desde o Egito, Cabral lembra que foi no século XVIII, quando o monge Dom Pérignon desenvolveu seu vinho espumante, o champanhe, que se tornou imperativo buscar um vedante que pudesse preservar o gás da bebida. “Na época, usavam-se pedaços de madeira para tapar os gargalos das garrafas, que começavam a ser produzidas. Dom Pérignon percebeu que era necessário algo mais eficaz. Mandou padronizar os gargalos, introduzir a rolha de cortiça e colocar um arame em torno delas para impedir que escapassem da garrafa”, ensina.

Cabral não vê risco de crise na relação entre a cortiça e o vinho. “É um casamento feito para durar para sempre! A rolha faz parte da alma romântica do vinho, ela é a testemunha de uma longa vida na garrafa e, mesmo após a sua utilização, vai para algum lugar especial. Cada rolha conta uma história.” Mesmo em relação aos outros tipos de vedante, Cabral não vê problemas. “Sempre alguém vai inventar uma coisa nova, mas nada irá desbancar a cortiça. Há todo um complexo de sofisticação, cultura e serviço em torno da rolha”, afirma Cabral.

    O vinho selado com rolha de cortiça apresenta maior qualidade (Foto: André Alves Moraes)

Novas pesquisas atestam o crescimento da preferência pela rolha de cortiça, inclusive como um elemento agregador de valor ao vinho. Em julho, um estudo sobre o perfil dos consumidores americanos, o maior mercado de vinhos do mundo, apontou a preferência esmagadora deles pela rolha de cortiça. Na China, levantamento mostrou que 96,8% dos chineses acreditam que a cortiça melhora o vinho, num país em que 95% dos melhores vinhos no mercado são fechados com rolha de cortiça. Na Espanha, 95% dos consumidores preferem seus espumantes fechados com rolha de cortiça também.

O consumidor, hoje, de acordo com pesquisas internacionais, percebe o vinho selado com rolha de cortiça como um produto de maior qualidade e se dispõe até a pagar três dólares a mais por ele. “É um belo espetáculo abrir uma garrafa de vinho, ainda mais no Brasil, onde os consumidores da bebida são vistos como especiais e cultos. Só que um saca-rolhas é acessível ao mais simples dos mortais e o vinho, especialmente na Europa, é uma bebida popular”, justifica.

                           Floresta de sobreiros (Foto: APCOR)

Hoje o consumidor começa a perceber, também, que a rolha de cortiça não apenas infere valor e glamour, mas também é um produto naturalmente ecológico. Sua produção libera menos carbono no processo, desde a árvore, de onde a cortiça é extraída, até a garrafa, bem menos do que os vedantes alternativos.  Além disso, seu uso acaba se tornando benéfico à natureza, já que as florestas de sobreiro (a árvore que produz a cortiça) são responsáveis pela manutenção de uma incrível biodiversidade, que abriga centenas de animais e outras plantas. E a boa notícia é que, nos últimos dez anos, a área do montado, ou seja, as florestas de sobreiros, tem crescido em média 3% ao ano. Nesse período, mais de 130 mil hectares foram plantados em Portugal e na Espanha. E cada hectare abriga de 120 a 150 sobreiros.

Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR)

A APCOR foi criada para representar e promover a Indústria de Cortiça Portuguesa e que nasceu em 1956, em Santa Maria de Lamas, conselho de Santa Maria da Feira, no coração da indústria da cortiça. Possui mais de 270 associados, que representam 80% da produção nacional e 85% das exportações de cortiça e que cobrem todos os subsetores da indústria – preparação, transformação e comercialização.

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