Segundo a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, estima-se que aproximadamente 22% da população brasileira tenha
intolerância à lactose. Então, por que tantas pessoas ainda se apavoram e excluem
os lácteos da dieta de forma desnecessária? Conheça 8 fatos sobre a
intolerância a lactose que te ajudarão a compreender se você também faz parte
desse grupo.
Foto: Reprodução
1- Uma reação alérgica é sempre mediada pelo
sistema imunológico
Os casos de alergias alimentares são quase sempre mediados
pela imunoglobina da classe E (IgE), relacionadas às proteínas, que por sua vez
podem ser de origem animal (caso de alergia ao ovo, por exemplo) ou origem
vegetal (alergia ao amendoim ou trigo, por exemplo) e podem causar
manifestações cutâneas ou digestivas.
2- As reações de
intolerância estão quase sempre relacionadas a não assimilação de um
carboidrato pelo organismo
As pessoas que têm intolerância à lactose apresentam uma
deficiência (que pode ser total ou parcial) da enzima lactase, que atua na
digestão da lactose.
3- Não existe
alergia a lactose
A lactose é o açúcar do leite, um carboidrato (dissacarídeo)
composto por glicose e galactose, e que fornece energia ao corpo. Considerando
que são as proteínas as responsáveis por desencadear respostas imunológicas, a
lactose não está, portanto, relacionada a nenhum processo alérgico, apenas à
intolerância.
4- Inchaço e dor
abdominal nem sempre significam intolerância a lactose
Foto: Reprodução
Os sintomas mais comuns são inchaço associado ao desconforto
ou dor abdominal (cólicas) e diarreia, que pode se manifestar de forma leve e
até mesmo de forma grave. Importante destacar que em qualquer processo
digestivo, um inchaço leve é normal e faz parte do processo, uma vez que há
aumento do volume do estômago pela própria presença do alimento e também
produção de gases decorrentes de fermentação de alguns nutrientes pela
microbiota intestinal.
5- A intolerância à
lactose pode ser revertida
É de extrema relevância, tanto por parte dos profissionais
quanto da população, o conhecimento da condição digestiva, levando em
consideração a severidade do caso, pois a intolerância à lactose pode ser
momentânea e, em alguns casos, revertida.
6- A exclusão de
lácteos da dieta não é a solução para intolerância
A exclusão dos lácteos da dieta, sem acompanhamento de um
profissional, não é a solução, pois acarreta em prejuízos nutricionais. A American Academy of Pediatrics esclarece
que a exclusão da dieta dificulta o atingimento do correto balanço nutricional,
principalmente em cálcio. Os lácteos são excelentes fontes de cálcio e possuem
bom percentual de absorção; além disso, a lactose e outros compostos melhoram a
absorção de cálcio no intestino.
7- Europeus e
africanos possuem maior tolerância a lactose
Uma equipe de geneticistas da universidade de Maryland, EUA,
estudou uma nova abordagem em que a tolerância à lactose pode ser vista como
uma evolução genética da espécie humana, observada em povos europeus e
recentemente identificada também em povos africanos.
Acredita-se que a
permanência do gene da lactase ativo seria uma evolução da espécie, uma vez que
houve a necessidade de manter a lactase ativa para digerir o leite, alimento que
começou a ser ingerido pelo homem em todas as fases de sua vida, após o advento
da pecuária, há aproximadamente 9 mil anos.
8- Intolerantes à
lactose podem consumir lácteos
Dependendo do grau de intolerância e do grau de severidade
dos sintomas o consumo de lácteos é indicado. O iogurte possui sua carga de
lactose reduzida, em torno de 25% a 50% (varia de acordo com o iogurte), devido
ao processo de fermentação, em que as bactérias que o fermentam utilizam a
lactose como matéria-prima para fermentação, produzindo o ácido láctico,
responsável por conferir sabor ácido e consistência.
Pesquisas recentes ainda
mostram que durante o processo de fermentação do iogurte, a atividade das
bactérias produz metabólitos e dentre estes, uma enzima chamada β-galactosidase,
que auxilia na assimilação da lactose. Os queijos também são lácteos que apresentam baixo ou nenhum
teor de lactose e possuem alto teor de cálcio.
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